
“Tocava de forma tradicional, sem floreios. Não era um virtuoso como Canjiquinha ou Waldemar. Seu berimbau era intimista e sentimental”, define a etno-musicóloga. Era a forma de adequar o som do instrumento ao jogo. Ambos deveriam estar em perfeita consonância. “Capoeira e música eram indissociáveis para Pastinha. Um era o corpo, o outro o espírito”. Ingênuo, também não era capaz de dissociar a camaradagem dos negócios. Não cobrava nada por sábias informações ou pela própria imagem, em fotografias. “Houve quem chupasse a laranja e deixasse o bagaço”, acusa Emília Biancardi. Solícito, o mestre atendia a todos, posava sem saber que era explorado, como nas escadas do avião, satisfeito e sorridente.
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